Dra. Gisele Costa – Odontologia

Odontopediatria

Um dos aspectos mais importantes do desenvolvimento infantil é a saúde bucal.
Os dentes de leite saudáveis permitem que as crianças mastiguem e são essenciais para o desenvolvimento de seus ossos maxilares, garantindo que haja espaço suficiente para que os dentes permanentes fiquem bem posicionados.
É importante que as crianças sejam introduzidas precocemente às visitas aos dentistas – A primeira visita ao Odontopediatra deveria acontecer ainda na gestação da mãe. Caso isso não seja possível, ela deve ocorrer o quanto mais breve! Sim, antes mesmo dos primeiros dentes. Isso pode ajudar a reduzir a ansiedade sobre ir ao dentista e também permitir que possamos monitorar o desenvolvimento craniofacial da criança.
Orientações sobre hábitos de higiene e cuidados são direcionados aos pais.

Os dentes permanentes começam a nascer quando as crianças têm entre 6 e 7 anos. É importante que as crianças sejam acompanhadas regularmente nesta fase para detectar diversos problemas como os defeitos de desenvolvimento dos dentes, hoje tão comum nos consultórios de odontopediatria. Não distante estão os problemas de dentes que nascem fora de posição, as faltas de germe de dentes permanentes, cárie, desgastes de dentes entre outros. Visitas regulares desde bebê ao odontopediatra significam detecção precoce e, quando anormalidades ou cáries são detectadas precocemente, o tratamento pode ser mínimo e menos invasivo.
Também fazemos avaliação e tratamento ortodôntico em crianças pequenas, ainda na dentição decídua se necessário. Isso é chamado de ortopedia interceptativa e baseia-se na filosofia de intervenção precoce para minimizar a necessidade de tratamento ortodôntico extensivo em anos posteriores.

Bebê

Por que fazer uma consulta do bebê com o Odontopediatra ainda antes dos dentes nascerem?

Sabemos que quando um bebezinho nasce, nasce também uma mãe com muitas dúvidas sobre cuidados materno-infantis. Conceitos vividos em gerações anteriores precisam ser atualizados. As preocupações com a possibilidade de se desenvolver a cárie, hoje, dá lugar a uma imensidão de informações sobre o desenvolvimento craniofacial da criança. Uma visão muito além de dentes.

Desenvolvimento Craniofacial

Ao longo das últimas décadas, vários estudos foram elaborados avaliando a percepção de atratividade, beleza, inteligência e até competência das crianças em diversas faixas etárias.
Como resultado, percebe-se que embora a princípio possa parecer um absurdo, especialistas evidenciaram que as crianças fisicamente mais bonitas, são consideradas por elas mesmas, muito mais competentes, inteligentes e mais agradáveis do que crianças consideradas menos bonitas.

E o que se entende por ser bonita ou não?
Muitas das características que fazem uma face parecer pouco atrativa ou pouco bonita, tem a ver com deformidades dento-faciais ou com um desenvolvimento facial inadequado. Deformidades podem ser congênitas ou são adquiridas nas fases iniciais do crescimento infantil.
Para que aconteça um bom desenvolvimento craniofacial, é preciso que todas as funções do sistema estomatognático – sucção, mastigação, deglutição, fonoarticulação e respiração- estejam sendo efetivos.
Desde a o nascimento, é preciso acompanhar e tratar qualquer função que não esteja funcionando corretamente. Por exemplo, garantir que a amamentação seja eficiente e prolongada por pelo menos os primeiros 6 meses da vida do bebê. Se certificar que as funções de sucção, deglutição e respiração sejam coordenadas e adequadas. Estimular a mastigação vigorosa de alimentos fibrosos e bilateral, ou seja a língua trabalha para jogar a comida para os dois lados da boca para ser triturada.
Muitos recém-nascidos apresentam a “rinite no lactente”, que pode deixar o bebê com o nariz obstruído, forçando-os a respirar pela boca. Essa respiração oral pode inclusive virar um hábito. Muitos dos primeiros problemas de saúde infantil são de origem respiratória e podem começar com a respiração pela boca. Sinusites, amigdalites, faringites, bronquiolites… A respiração nasal filtra o ar, protegendo o organismo da entrada de micro-organismos patogênicos. Todas esse mal funcionamento das funções, provocam a instalação das maloclusões.

A maloclusão acontece quando existe uma relação anormal do encaixe dos dentes e ossos onde eles estão inseridos. Os distúrbios craniofaciais afetam a estética da face promovendo desproporções e assimetrias que estão intimamente relacionadas a uma face de pouca atratividade. A desarmonia facial interfere no bem-estar psicológico e na qualidade de vida da criança de forma ampla.

Segundo alguns estudos da minha pesquisa, os pais têm dificuldades em perceber as deficiências estéticas dos seus filhos por fatores emocionais, por desinformação ou mesmo falta de tempo. Como consequência, esses pais acabam procurando tratamentos um tanto quanto tarde, tornando a correção muito complexa ou improvável.
Em todas pesquisas, entendemos que os responsáveis reconhecem a necessidade de
promover qualidade de vida para seus filhos. E que os aspectos estéticos da face de uma criança, são sim muito importantes.

E o que podemos fazer para prevenir problemas no desenvolvimento craniofacial facial da criança?

Algumas análises defendem que crianças que são acompanhadas desde cedo por um dentista, tem menores riscos de desenvolver problemas dentários e estéticos na face, do que as que só procuram um profissional somente quando os dentes estão desalinhados ou com atividade de cárie.

Ajudar a criança a alcançar seu melhor potencial de harmonia facial depende muito de um correto diagnóstico realizado por profissionais. A informação infelizmente ainda não é ampla. É preciso que mais e mais famílias sejam educadas a se conscientizar da importância do diagnóstico e tratamento precoce e dos benefícios para seus filhos através de visitas a profissionais como o odontopediatra e ortodontista logo nos primeiros anos de vida.