Dra. Gisele Costa – Odontologia
Dra. Gisele Costa – Odontologia
Situações de emergência envolvendo a boca e os dentes quase sempre se transformam em experiências dramáticas para pais e crianças. As estatísticas mostram que cerca de 14% das crianças e adolescentes passam, de alguma forma, por essas situações de emergência. Por isso, é importante estar preparado para se ter a atitude correta num momento desses. Apresentaremos, assim, os traumatismos mais comuns e qual a melhor atitude que deve ser tomada em tais circunstâncias.
Os acidentes mais comuns que ocorrem na dentição de leite são os que envolvem bebês e crianças que estão aprendendo a andar. O dente amolece em seu alvéolo ou é deslocado de sua posição original, podendo se deslocar para dentro do alvéolo, sair pra fora ou inclinar pra frente, pra trás ou para um dos lados. O dentista deve ser consultado, para que a extensão do dano seja avaliada. O dentista deve também orientar os pais sobre os cuidados a serem tomados na área afetada, assim como sobre futuros problemas que poderão comprometer a dentição permanente.
Quando uma criança sofre um traumatismo que provoca corte ou sangramento, a primeira coisa a se fazer é higienizar e colocar gelo. Se tiver corte com sangramento, sobre o ferimento, uma compressa de gaze ou pano limpo e pressionar bem, para que o sangramento seja controlado. Dependendo do tamanho do corte é necessário suturar o ferimento, para que a cicatrização se processe de maneira adequada, mas não é comum. Caso a criança tenha sofrido desmaio ou perda de consciência é importante consultar um médico.
Não há porque se preocupar se passado o susto a criança durma.
É comum ocorrer, após 2 ou 3 dias do acidente (ou mesmo meses depois) uma mudança de cor, um
escurecimento da coroa do dente. Essa mudança pode se perpetuar e nesses casos,
quase sempre há perda de vitalidade do dente, e um tratamento de canal se faz necessário. Nos dentes de leite, nem sempre uma mudança de cor da coroa significa perda da vitalidade e, em muitos casos, a cor poderá retornar, ao seu normal. O dentista deve ser consultado, para ser feito o acompanhamento.
No caso de quebrar uma parte da coroa do dente e essa parte for encontrada, coloque-a em um recipiente com água filtrada ou soro fisiológico pois algumas vezes é possível fazer a colagem. É comum a fratura de um ou mais dentes em consequência de um traumatismo. Além disso, muitas vezes, pode ocorrer que o nervo do dente se danifique e precise tratar o canal.
A avulsão ocorre quando o dente é totalmente deslocado para fora do alvéolo (local onde o dente fica na arcada dentária), inclusive podendo sair da boca. Geralmente a avulsão em crianças ocorre durante quedas bruscas: correndo, andando de patins, bicicletas, empurrões; impactos entre as próprias crianças, acidentes carro/moto e etc.
Em certas circunstâncias, como impactos horizontais, é comum acontecer um deslocamento total do dente.
E essencial que determinadas condutas sejam adotadas imediatamente, para que se aumentem as chances de salvar esse dente.
Se o dente for de leite, o reimplante deste dente não é indicada, além de ter chances de danificar o
permanente. Mas guarde o dente e leve à odontopediatra para decidir qual melhor tratamento.
No caso do dente permanente, o reimplante é indicado.
Para que se obtenha sucesso no reimplante, é necessário:
• Manter a calma e fazer a criança morder uma gaze ou um pano limpo, com pressão para que se possa controlar o sangramento.
• Ache o dente.
• Pegue o dente somente pela coroa. Não toque na raiz.
• Resíduos devem ser cuidadosamente retirados do dente com soro fisiológico ou água filtrada e fria. Não esfregue o dente.
• Coloque o dente de volta no seu lugar (no alvéolo) na boca da criança. Não se esqueça: a parte côncava do dente é do lado de dentro da boca. Faça a criança morder uma gaze ou um pano limpo, para que o dente se mantenha na posição.
• Se você não conseguir colocar o dente em sua posição, mantenha-o em uma solução de soro fisiológico, em leite ou mesmo na boca da criança (debaixo da língua) e procure imediatamente um dentista.
O resultado final de um reimplante depende muito do período que o dente ficar fora do alvéolo e da conservação do mesmo nesse período. O dente deverá ficar fora de seu alvéolo o menor tempo possível e que não passe de 30 minutos. O dente reimplantado deverá ser “fixado” pelo dentista em sua posição e ter o seu canal tratado. O tempo médio da permanência de um dente reimplantado na boca é variável.
Orientações gerais pós traumatismo:
-Manter a calma e acalmar a vítima
-Limpar a região afetada com água ou soro fisiológico
-Uso de gelo local
-Alimentação líquida e pastosa- hidratar
-Evitar mais movimentos na região como chupeta, dedo, língua passando toda hora…
-Entrar em contato com o dentista
A melhor maneira de se evitar fraturas nos dentes é se prevenir;
Assim, nos casos de esportes, como andar de bicicleta, andar de skate, vôlei, basquete, futebol, judô e outros esportes, é importante o uso de protetores bucais feitos especialmente para cada um.
Está entre as lesões da mucosa oral mais comuns e com predileção em meninas.
Ela é uma doença recorrente que afeta a mucosa oral e caracteriza-se pela presença de úlceras com formato redondo ou oval, borda avermelhada, dolorida, solitária ou múltipla. Podem ser encontradas em diferentes locais, como: lábios, bochechas etc.
O surgimento dessas lesões está relacionado a uma diversidade de fatores, tais como: genética, deficiências nutricionais, distúrbios gastrointestinais, fatores imunológicos, alterações hormonais, infecções, traumatismos locais e fatores emocionais.
Os principais sintomas incluem: dor e sensibilidade na região da afta; dificuldade para comer ou engolir; desconforto e inchaço na boca causados pela inflamação das úlceras.
O tratamento dessas lesões consiste em medidas para aliviar a dor, desconforto e, também, para auxiliar na cicatrização das aftas, como: analgésicos, laserterapia, bochechos com solução de clorexidina, uso de pomadas a base de cortisona e recentes estudos mostraram a eficácia do ácido ascórbico, mas, tudo precisa estar prescrito de forma individual. Além disso, deve-se beber muita água e evitar oferecer à criança alimentos muito quentes, salgados ou muito ácidos.
É uma infecção viral que comumente acomete a mucosa oral de bebês e crianças que estão com o sistema imunológico vulnerável. É caracterizada pela presença de lesões na boca, língua, garganta e/ou gengiva, acompanhadas geralmente de febre, inapetência (falta ou pouca vontade de se alimentar), dor e consequente dificuldade de mastigar e engolir.
O tratamento é sintomático, ou seja, cuidar e tratar dos sintomas que estão manifestando. Podem ser prescritos analgésicos e soluções para aplicação tópica. Orientações adicionais sobre higiene bucal, dieta e ingestão de líquidos, são de suma importância para evitar o agravamento da infecção e desidratação, respectivamente. O uso do laser terapêutico nas lesões ulcerativas na boca acelera a cicatrização além de causar analgesia.